Setor Sucroalcooleiro

USDA em Brasília prevê queda de 8,5% na moagem de cana em 2024/25

Chuvas irregulares no Centro-Sul e perspectivas para produção de açúcar


Publicado em: 23/04/2024 às 17:00hs

USDA em Brasília prevê queda de 8,5% na moagem de cana em 2024/25

O Brasil deve processar 645 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra 2024/25, segundo estimativa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em Brasília. A projeção, que considera a safra que se iniciou em abril e vai até março de 2025, representa uma queda de 8,5% em comparação com o ciclo anterior. O motivo desse recuo está relacionado às chuvas irregulares na região Centro-Sul, principal polo produtor do país.

No entanto, a agência ressalta a projeção impressionante da safra anterior, que atingiu um recorde de 705,2 milhões de toneladas, devido às condições favoráveis, investimentos na renovação dos canaviais e melhorias na produtividade. Para 2024/25, a produção de açúcar está estimada em 44 milhões de toneladas, uma queda de 3,4% em relação ao período anterior.

Cenários Regionais e Impactos na Produção

O Centro-Sul do país, região que concentra a maior parte da produção, deve processar 600 milhões de toneladas na safra 2024/25, uma redução de 7,6% em comparação com o ciclo anterior, que registrou 649,3 milhões de toneladas. A produção de açúcar nesta região está projetada em 41 milhões de toneladas, com uma queda de 1 milhão de toneladas em relação à safra 2023/24.

Já no Norte-Nordeste, a produção foi estimada em 45 milhões de toneladas para 2024/25, uma diminuição significativa de 19,5% quando comparada com as 55,9 milhões de toneladas da safra anterior. A produção de açúcar nesta região também sofreu uma redução, estimada em 3 milhões de toneladas, uma queda de 500 mil toneladas em relação ao período anterior.

Expansão de Áreas Plantadas e Ajustes nas Usinas

A área total plantada com cana-de-açúcar para 2024/25 foi projetada em 9,6 milhões de hectares, um aumento de 1% em relação ao ciclo anterior. Segundo o adido do USDA, os preços favoráveis do açúcar incentivaram os agricultores a expandir o cultivo de cana-de-açúcar, e espera-se que os preços internacionais do açúcar permaneçam atrativos para os produtores.

As usinas brasileiras de cana-de-açúcar têm a flexibilidade de ajustar a proporção de produção entre etanol e açúcar. Para a safra 2024/25, espera-se que 51% da produção seja destinada ao açúcar e 49% ao etanol, uma mudança em relação ao período 2023/24, quando essa proporção foi de 49% para o açúcar e 51% para o etanol.

Desafios do Mercado e Expectativas para Exportações

O USDA também apontou desafios para as vendas de etanol no período 2023/24, devido ao excesso de oferta e à lenta mudança dos consumidores para o uso de etanol hidratado, devido à competitividade dos preços dos combustíveis na bomba.

O consumo interno de açúcar para 2024/25 foi estimado em 9,5 milhões de toneladas, um número estável em relação a 2022/23. As exportações brasileiras de açúcar para 2024/25 foram projetadas em 34,4 milhões de toneladas, uma redução de 1,5 milhão de toneladas em comparação com a safra anterior. A agência destacou que, apesar da recuperação da produção doméstica na Tailândia e na Índia, a quantidade destinada à exportação por esses países não será suficiente para atender à demanda estrangeira a curto prazo, o que pode ser uma oportunidade para o Brasil, que tem uma produção doméstica estável e preços internacionais favoráveis.

Fonte: Portal do Agronegócio

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