Setor Sucroalcooleiro

Desafios e esperança para o setor sucroenergético em 2021

Iniciamos 2021, e uma nova década, com inúmeros desafios a serem vencidos. Ouso dizer que o momento que vivemos é no mínimo sui generis, para falar pouco... nunca vivemos desafios tão grandiosos que testam nossa resiliência em todos os aspectos: pessoal, familiar e profissional


Publicado em: 22/02/2021 às 08:35hs

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Para as empresas e setores o cenário é idêntico. O "novo normal" que se apresenta hoje nos oferece inúmeros desafios. Afinal, como o mercado vai se comportar quando esta pandemia "passar"? Aliás, uma pergunta mais importante talvez se faça presente: vai passar ou teremos que conviver com esta ameaça? O que isso vai interferir no nosso modo de viver e ver as coisas? E como isso vai impactar na vida das empresas? Quem protagonizará esse novo futuro?

As perguntas podem ser infindáveis, e todas elas esbarram em grandes especulações. Uma coisa tenho convicção: somos parte de um setor que se provou resiliente e, mais do que nunca, essencial para a vida das pessoas!

O mundo precisa da bioenergia! A pandemia da Covid-19 parece nos ter alertado para uma realidade muito presente, que é a de preservarmos nosso planeta Terra, nossa casa. E a bioenergia, ou energia da vida, é peça chave para este novo papel que temos pela frente.

Iniciamos 2021 com o anúncio de uma nova esperança trazida e nos apresentada pela tão sofrida ciência: a vacina! A esperança venceu o medo e hoje caminhamos para ultrapassar as barreiras político ideológicas para construirmos, juntos, esse novo normal.

Para o setor sucroenergético não é diferente. Também começamos o ano de 2021 com expectativas melhores. Mas não podemos nos dar ao luxo de esperarmos em berço esplêndido. Não! A hora, agora, é de nos levantarmos para trazermos resultados mais positivos e, muito além, para provarmos ao mundo nossa capacidade de lidar com esse novo e nos posicionarmos na vanguarda das mudanças tão necessárias.

A safra que se avizinha será, uma vez mais, uma safra de desafios. Hoje temos um canavial que, como nós, sofreu as intempéries de 2020. A seca persistente e os incêndios frequentes danificaram nossas soqueiras e poderão trazer perdas significativas.

Estudos das Consultorias Datagro e Canaplan, para citarmos apenas estas, demonstram que devemos ter uma oferta de ATR (açúcares totais recuperáveis) na safra 2021/22, que começa em 1º de abril na região Centro/Sul do Brasil, quase 6% inferior aos números da atual temporada. Soma-se a isso uma perda de produtividade de mais de 20 milhões de toneladas de cana, o que nos faz retornar aos números da safra 2019/20. Portanto, o tamanho de nossos desafios começa a se tornar mais conhecido.

Temos hoje um canavial que foi duramente castigado por uma seca persistente de fevereiro a outubro de 2020, onde muitas regiões ainda conviveram com incêndios acidentais ou até criminosos que solaparam tratos culturais e que dificilmente serão recuperados no curto prazo. Perdas de soqueiras, falhas de brotação e atrasos no desenvolvimento fisiológico da cana podem representar, na safra que virá, num atraso de 3 a 4 meses no desenvolvimento dos canaviais. E como reverter isso?

Assim como os novos ares de esperança em todo o mundo vieram da ciência, não consigo imaginar um caminho diferente para que possamos aumentar nossa produtividade. É premente que cada vez mais nos voltemos para nossos centros de pesquisas, universidades e entidades como a Embrapa, a Fapesp, o CNPq, e tantas outras, como nossos laboratórios de pesquisa a céu aberto nas usinas e em seus experts nas diversas áreas de nosso setor, para que possamos aplicar e multiplicar as boas práticas agronômicas, industriais e de gestão.

Por isso, o papel da UDOP em 2021 se reforça, ainda mais, dentro de sua razão de ser, que está em seu DNA há mais de 35 anos: a difusão de conhecimento, através da troca de experiências; o fomento de pesquisas aplicáveis; a publicidade das boas práticas de suas associadas; a representatividade desse setor de mais de cinco séculos de história; dentre tantos outros desafios.

O verde é a cor da esperança! O verde dos canaviais! O verde de nossa bandeira! O verde de nossas florestas! E neste ponto o Brasil ganha ainda mais protagonismo, e nosso setor se sobressai neste quesito. Temos que mostrar ao mundo o quão sustentáveis somos. Maiores produtores de inúmeras commodities, e o único País do planeta com uma extensa área de preservação, fruto do trabalho diuturno de nossos produtores rurais.

No campo ambiental somos o maior produtor mundial de um biocombustível derivado da cana-de-açúcar e que há mais de 45 anos tornou-se na melhor alternativa para os combustíveis fósseis. Temos, graças à energia da cana, inclusive, a matriz energética mais limpa do planeta. Mas não estamos sabendo comunicar de forma efetiva todos estes benefícios para a sociedade.

Por isso, que venha a nova safra e, com ela, que possamos renovar nossas energias para que consigamos continuar trabalhando forte na mudança do que precisa mudar, cada um no seu lugar, cada qual com sua responsabilidade.

Nós, da UDOP, estamos preparados para este novo ano! Contem conosco!

Amaury Pekelman
Presidente da UDOP
Vice-presidente de relações institucionais e governamentais, sustentabilidade e comunicação do Grupo Atvos

Fonte: Agência UDOP de Notícias

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