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Cólica em equinos: Por que esse problema é tão comum?

Compreendendo as causas, sintomas e tratamentos para essa condição que afeta 10% dos cavalos ao longo da vida


Publicado em: 06/05/2024 às 16:00hs

Cólica em equinos: Por que esse problema é tão comum?

A cólica equina é uma das condições mais comuns entre os cavalos, causando dor abdominal por conta de distúrbios digestivos. Estudos apontam que cerca de 10% dos equinos vão sofrer de cólica em algum momento da vida, o que a torna uma das principais causas de mortalidade entre esses animais. As estatísticas são alarmantes: pelo menos 28% das mortes de equinos estão relacionadas à cólica, de acordo com pesquisas recentes.

A incidência da cólica está ligada a fatores anatômicos e fisiológicos específicos dos cavalos. "O estômago dos equinos é menor em relação ao tamanho do corpo, comparado a outros animais, o que significa que uma grande quantidade de alimento ou alimentos de baixa qualidade pode resultar em problemas digestivos, predispondo os cavalos a quadros de cólica", explica Camila Senna, médica-veterinária e coordenadora técnica de equinos da Ceva Saúde Animal.

Além disso, cavalos são sensíveis a mudanças no ambiente ou na alimentação. Situações como escassez de água, estresse devido ao transporte, nutrição inadequada e presença de parasitas contribuem para o surgimento da cólica.

Tipos de Cólica e Seus Desafios

A cólica equina pode ter várias origens, desde distúrbios estomacais até complicações no intestino delgado ou grosso. Ela pode ser causada por compactação alimentar, desidratação, obstrução, torções intestinais ou mesmo por hérnias. A torção de cólon é uma das formas mais graves, ocorrendo quando parte do intestino torce sobre si mesma, interrompendo o fluxo sanguíneo e causando necrose. Esses casos geralmente requerem intervenção cirúrgica imediata para evitar a morte do animal.

"Nos casos de torção intestinal, a intervenção deve ser rápida para aumentar as chances de sobrevivência do cavalo. No entanto, qualquer caso de cólica é uma emergência e requer avaliação imediata por um médico-veterinário", ressalta Camila Senna.

Os cavalos que já tiveram episódios de cólica estão mais propensos a sofrer novamente, seja por lesões no trato gastrointestinal ou por sequelas de cirurgias anteriores, como aderências. Por isso, é fundamental estar atento aos sinais de cólica, que incluem agitação, inquietação, cavar o solo com os cascos dianteiros, olhar para o flanco, sudorese excessiva e alterações na eliminação de fezes ou urina.

Diagnóstico e Tratamento

Para um diagnóstico preciso da cólica equina, é necessário um histórico clínico detalhado e exames complementares, como ultrassonografia abdominal, hemograma e análises bioquímicas. O tratamento varia de acordo com a causa e a gravidade do problema, mas geralmente envolve analgésicos para aliviar a dor e fluidoterapia para corrigir a desidratação.

Embora seja difícil prevenir completamente a cólica equina, algumas medidas podem ajudar a reduzir o risco, como fornecer uma dieta equilibrada, manter uma rotina regular de exercícios e controlar parasitas. A prevenção é crucial para manter a saúde e o bem-estar dos equinos.

Com uma abordagem cuidadosa e atenção aos sinais, os proprietários e criadores de cavalos podem agir rapidamente para evitar complicações mais graves decorrentes da cólica, assegurando uma vida mais saudável e confortável para esses animais.

Fonte: Portal do Agronegócio

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